Para Gustavo Tabatinga Jr., secretário-geral da confederação, a justificativa dos bancos de que a maioria dos serviços agora é realizada por plataformas digitais não pode ser usada como desculpa para privar a população de um atendimento presencial acessível e eficiente. “Durante a pandemia, testemunhamos longas filas em agências bancárias, o que evidenciou a necessidade de atendimento presencial para grande parte da população. No entanto, os bancos continuam fechando agências, principalmente em cidades afastadas dos grandes centros financeiros e em bairros periféricos das grandes cidades”.
Um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revela que 42% dos municípios brasileiros não possuem nenhuma agência bancária. E, em 7% dessas cidades, não há qualquer tipo de atendimento bancário. “Essa realidade prejudica os clientes, que ficam sem acesso ao atendimento presencial, e sobrecarrega os funcionários das unidades que permanecem abertas”, afirma Tabatinga.
Atualmente, o Brasil conta com apenas 7.216 agências em todo o país, o menor número desde 2007, quando o Banco Central começou a registrar esses dados. E a situação está se agravando, pois somente no ano de 2022 foram fechadas 428 unidades. “Os efeitos do fechamento de agências são imediatos: a população enfrenta dificuldades para encontrar agências próximas, muitas vezes precisando se deslocar para outras cidades. Além disso, as filas nas agências restantes se tornam cada vez mais longas, uma vez que elas precisam atender clientes de todas as outras que foram fechadas. Essa realidade é prejudicial tanto para os clientes quanto para os funcionários, que ficam sobrecarregados”, lamentou o secretário.
Outro aspecto preocupante é a demissão de funcionários devido aos fechamentos de agências. Esses profissionais perdem seus empregos e ficam sem condições de sustentar suas famílias. Além do impacto individual, essa situação afeta negativamente o comércio local, resultando em prejuízos para toda a sociedade.
A campanha #BancoParaTodos tem como objetivo chamar a atenção para esses problemas e buscar soluções que garantam o acesso aos serviços bancários para toda a população brasileira, conforme determina a lei. “É fundamental que os bancos cumpram sua obrigação de fornecer atendimento adequado e acessível em todas as localidades necessárias”, finalizou Gustavo Tabatinga Jr.