Bradesco adotará horário reduzido e revezamento nas agências

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Após cobranças do Sindicato dos Bancários, o Bradesco informou nesta terça-feira 24 que adotará algumas medidas reivindicadas pela entidade para a proteção de bancários e usuários diante da pandemia do coronavírus. O banco adotará horário reduzido nas agências, com revezamento de bancários, e contingenciamento na entrada, para evitar aglomerações nas unidades.

A partir desta quarta-feira 25, as agência passarão a funcionar das 8h às 10h, somente para atendimento de clientes e usuários preferenciais, como idosos por exemplo, e das 10h às 14h para demais usuários. Haverá ainda controle de acesso às unidades, para evitar aglomerações. O contingenciamento se dará inclusive para uso do autoatendimento: será permitida a entrada de apenas dois clientes por máquina, respeitando a distância de no mínimo 1 metro entre eles.

Além disso, o Bradesco se comprometeu a realizar campanha para que clientes utilizem os canais digitais do banco, para evitar que as pessoas se aglomerem fora e dentro das agências.

O banco informou ainda que adotará, para os funcionários que trabalharão nas agências, um regime de rodízio, que pode ser de 50% do quadro dependendo da realidade de cada unidade, uma vez que alguns trabalhadores já se encontram em home office. Assim, cada parte da equipe trabalharia por cinco dias úteis e folgaria nos cinco da semana seguinte. Esse esquema será adotado tanto pelos caixas – a ideia, segundo o Bradesco, é que de cada três caixas, um fique no rodízio – quanto pelo pessoal do administrativo das unidades. O Bradesco destacou que os bancários que possuem celular coorporativo da empresa já foram liberados para o home office, e de casa estão, segundo o banco, prestando assessoria aos clientes por meio de ferramentas digitais ou telefone.

Metas
O Sindicato tem recebido diversas reclamações de bancários sobre pressão pelo cumprimento de metas. O Bradesco informou que a orientação do banco é que os bancários apenas prestem assessoria aos clientes por telefone, e que não recomenda a visita, até porque a clientela não está recebendo bem as visitas com medo do contágio. “Não é isso que chega a nós. Os bancários, inclusive do Bradesco, estão se queixando de, mesmo nessa época de crise, estarem sendo cobrados por venda de produtos. Os trabalhadores devem continuar denunciando ao Sindicato [veja links abaixo] e nós, com número e localização da agência, levaremos a queixa ao comitê de crise do Bradesco, para que o banco reoriente o gestor”, diz a secretária-geral do Sindicato, Neiva Ribeiro, que é bancária do Bradesco.

“A suspensão das metas neste período de combate à pandemia é fundamental para a saúde física e mental dos trabalhadores e está sendo cobrada pelo Comando Nacional dos Bancários nas reuniões com a Fenaban. Neste momento, os bancos devem prestar apenas os serviços essenciais à população como o saque, o recebimento de benefícios sociais, os desbloqueios de cartões e senhas. Não é hora de oferecer produtos bancários, a preocupação dos clientes está em outro lugar, é com a saúde e com a economia. Com o lucro exorbitante que os bancos tiveram, podem e devem por este período deixar de cobrar seus funcionários, além de contribuir com outras medidas para vencermos a crise sanitária, econômica e financeira que enfrentaremos no país”, ressalta.

Demissões
O Sindicato também reivindicou ao Bradesco que suspenda as demissões neste período de crise. “Santander e Itaú já responderam que suspenderão as demissões. Aguardamos o posicionamento do Bradesco em relação a isso. Em um momento em que os bancários não estão conseguindo vender produtos, que estão trabalhando de casa, essa determinação seria fundamental para garantir a tranquilidade emocional em período tão turbulento”, diz Neiva.

Higienização e álcool gel
O Bradesco garantiu ainda que os locais de trabalho estão sendo devidamente sanitarizados, com serviços de limpeza constantes. E que está distribuindo álcool gel em quantidade suficiente para suas unidades.

Comitê Bipartite de Crise
Neiva Ribeiro lembra que o Sindicato e o Comando Nacional dos Bancários, que junto com a Fenaban (federação dos bancos) integram o Comitê Bipartite de Crise, continuam cobrando da federação que padronize as medidas de proteção e segurança em todos as instituições financeiras.

O movimento sindical bancário também reivindica junto à Fenaban a não demissão de trabalhadores nesse período, a não cobrança de metas, a liberação para home office do maior número possível de bancários e a adoção de ampla campanha de divulgação para que a população só se dirija às agências em casos de extrema necessidade, bem como a isenção de até três transferências gratuitas (DOC e TED) por cliente. “São medidas que estão entre as 17 reivindicações que apresentamos à Fenaban na reunião dessa segunda-feira 23, e que a federação ficou de dar resposta nesta terça 24”, diz Neiva.

Ela lembra ainda que a pressão do Sindicato já resultou em avanços para a categoria, como a liberação para home office de gestantes e bancários que se encontram no grupo de risco, e autorização pelo Banco Central, após solicitação do movimento sindical, para que bancos adotem horários diferenciados e contingenciamento de acesso às agências. “É importante que os bancários continuem nos procurando em casos de descumprimento do que foi acordado pelos bancos, para que possamos atuar na defesa da categoria”, reforça.

Reprodução: SP Bancários

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