Novas orientações abrandaram as medidas anteriormente estabelecidas para proteção dos trabalhadores e das pessoas que precisam ir ao banco
O movimento sindical através da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro e por intermédio da Comissão Executiva dos Empregados (CEE), cobra que a Caixa reveja as medidas no novo protocolo de atuação de gestores e empregados, anunciado nesta segunda-feira (18). De acordo com as entidades, as mudanças podem transformar as agências da Caixa num centro de propagação do novo coronavírus (Covid-19).
O banco abrandou as medidas que já estavam em protocolo, como a retirada da quarentena de até 14 dias no caso de sintoma em unidade. O texto diz que a confirmação da doença para fins de cumprimento de protocolo a partir de agora só com apresentação do exame PCR. Antes, não mencionava o tipo de exame.
Para os casos de confirmação ou suspeita da Covid-19, o protocolo alterou de cinco para sete dias corridos o prazo da quarentena para os que tiveram contato próximo com o suspeito ou contaminado e retirou a parte que dizia “podendo se estender para 14 dias (no caso de sintomas em algum outro empregado ou terceirizado), em prol da saúde individual e coletiva”. “As palavras tiveram contato estão em negrito, reforçando que só serão afastados aqueles que tiveram contato físico direto, desconsiderando que o vírus se aloja nas superfícies e locais. E não resguarda também os demais empregados que poderão continuar trabalhando. É um descaso com os colegas, seus familiares e também com a população, dado o risco de possível contaminação”, afirmou Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Cultura representante da Contraf-CUT nas negociações com o banco.
O novo documento ainda traz observações novas, como o prazo de sete dias ser contado desde a data do afastamento do empregado, só que o PCR só pode ser feito entre o 3° e o 10° dia do início dos sintomas. “Sem falar que os resultados demoram a sair dependendo da cidade ou estado. Será que vão obrigar a pessoa voltar ao trabalho no 8° dia mesmo que o resultado não tenha saído?”, questionou Fabiana.
Outra crítica é para a retirada da expressão que garantia o afastamento para trabalho remoto sem atestado do empregado que apresentasse sintomas. “Entendemos que isso é um retrocesso. O empregado deve usar sim a consulta pela teleorientação, mas já estando afastado pela autodeclaração. Pra que arriscar se a empresa pode prevenir?”, apontou a secretária da Contraf-CUT.
“Com o avanço da pandemia e mudanças no cenário, é óbvio que os protocolos devem ser atualizados, mas com foco em garantir a segurança e saúde dos empregados e não para gerar medo e insegurança, ainda mais para os trabalhadores que estão na linha de frente, no atendimento direto à população. Inclusive esses novos protocolos não combinam com o que Pedro Guimarães, presidente do banco, vem falando na imprensa de preocupação com as pessoas. Reforçamos que a Caixa reveja esses equívocos e atenda nosso pleito de ampliar a proteção aos trabalhadores e consequentemente para a sociedade”, finalizou Fabiana Uehara.
Reprodução: Contraf-Cut