Comando e COE debatem sobre férias e banco de horas com o Itaú

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O movimento sindical através da coordenação do Comando Nacional dos Bancários e a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se reuniram por videoconferência com o banco nesta segunda-feira (20) para tratar sobre a proposta de férias e banco de horas que o banco pretende implementar para os funcionários que estão afastados do local de trabalho sem realizar o home office, incluindo aqueles que fazem parte dos grupos de risco.

O banco informou que existem atualmente 45 mil funcionários trabalhando em casa (home office) e 7 mil estão afastados sem atividade de home office. Isso representa 64% dos 81.691 empregados da holding, segundo dados do balanço social do banco de 2019. Além desses, outros 20 mil trabalham em esquema de rodízio.

“É importante destacar que, antes de implementar as medidas, o banco Itaú procurou a representação dos trabalhadores para informar sua intenção e negociar. Tivemos a oportunidade de apresentar algumas propostas que serão analisadas e o banco nos trará uma resposta na próxima reunião”, disse o coordenador da COE Itaú, Jair Alves. A data indicativa para a próxima reunião é quinta-feira (23), às 10h.

Férias
O banco informou que vai implementar o artigo 6º da Medida Provisória 927/2020, que o permite comunicar ao funcionário o início das férias com antecedência de apenas 48 horas. Mas, não vai implementar os artigos 8º e 9º da MP, que, durante o período de calamidade pública, o autoriza a pagar o adicional de um terço de férias juntamente com o 13º salário e a pagar a remuneração das férias até o quinto dia útil do mês subsequente ao início do gozo das férias.

O Santander, o Banco do Brasil e o Bradesco já fizeram anúncios semelhantes, mas nenhum deles negociou previamente com a representação dos trabalhadores.

Banco de horas
O banco também pretende implementar o banco de horas para as pessoas que estejam afastadas sem realizar atividades de trabalho em suas casas.

“Apresentamos algumas propostas para o banco, que vai analisar e nos trará a resposta na quinta-feira. Queremos que todos os dias já transcorridos até a assinatura de acordo sejam abonados, queremos debater como será a compensação destas horas e a proporcionalidade a ser considerada de cada hora”, explicou o dirigente sindical. “Além disso, as sextas, sábados e domingos não podem ser considerados no banco de horas e compensação somente poderá começar a ser feita após passar a pandemia”, completou.

Outra premissa apresentada pelos trabalhadores ao banco é que seja reduzido o prazo máximo de compensação de 18 meses, apresentado pelo Itaú.

A representação dos trabalhadores também cobrou novamente que o Itaú inclua as lactantes e mães com filhos até dois anos no grupo de risco.

Em relação à função de caixa, que tem dificuldade maior para trabalhar em home office, o Itaú afirmou que o projeto é que eles possam, caso queiram, trabalhar em home office realizando atendimento de call center. Hoje, já são aproximadamente 700 caixas atuando no call center em home office e o número pode chegar a 5 mil bancários nessa condição.

Problemas de gestão
Os trabalhadores também cobraram que as decisões negociadas em mesa de negociações, seja na mesa específica do Itaú, seja na mesa conjunta com a Federação Nacional dos Bancos, sejam comunicadas aos gestores como determinação a ser cumprida.

“Tem gestor que não está acatando o que é definido nas mesas de negociações. O banco deve ser firme e determinar o cumprimento das decisões”, cobrou Jair.

Entre as medidas não respeitadas pelos gestores, segundo o coordenador da COE estão a cobrança excessiva de metas, reuniões fora de horário de trabalho e até aos sábados.

Segundo o Itaú, a ordem é para que não sejam cobradas metas durante a pandemia e os gestores que estiverem agindo desta forma serão orientados a mudar. O banco também assumiu que há falhas na comunicação em relação ao tema.

“A prioridade deve ser a garantia da segurança e da saúde dos trabalhadores e a manutenção do emprego”, frisou Jair Alves.

Outras demandas
Referente ao complemento da remuneração para quem está afastado para tratamento de saúde, previsto na cláusula 29 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, os trabalhadores disseram que existem denúncias de que o banco não esteja pagando a complementação. O banco solicitou que sejam levantados os casos que isso ocorreu e apresentados para que sejam feitas as correções.

Os trabalhadores também cobraram que o Itaú disponibilize testes para todos os bancários, principalmente para aqueles que estão voltando do rodízio.

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