Transmissão e internações aumentaram muito nas últimas semanas, e há risco de nova onda
A covid-19 voltou a preocupar o Brasil, após alguns meses de trégua. Neste terça-feira (8), ocorreu a primeira morte de uma pessoa contaminada pela subvariante BQ.1: uma mulher, na cidade de São Paulo. Desde o início de outubro, a taxa de transmissão do vírus (Rt) e as internações de pessoas com a doença vem subindo. Especialistas começam a alertar para o risco de uma nova onda no período de festas do final do ano.
O Ministério da Saúde abandonou a consolidação de dados em âmbito nacional, no processo negacionista do atual governo em fim de mandato. No entanto, informações sistematizadas pela Info Tracker, uma plataforma das universidades estaduais paulistas (USP, Unesp e Unicamp) para monitorar a pandemia, mostram que a Rt ultrapassou o valor 1, quando cada contaminado transmite o vírus para mais de uma pessoa. Esse índice indica que a doença está aumentando. Ainda segundo a Info Tracker, as internações no estado saltaram de 80, em 17 de outubro, para 186 em 6 de novembro.
Conforme a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) difundiu pela imprensa, os laboratórios identificaram que os resultados positivos para o coronavírus saltaram de 3,7% em 3 de outubro para 23% na primeira semana deste mês. Essa mesma tendência de alta também já foi identificada pela rede de farmácias do país, e divulgada por meio de sua associação.
Há vários motivos que podem estar promovendo o crescimento da doença, como a chegada da nova variante BQ.1, a redução da imunidade de quem já se vacinou, as aglomerações no período da campanha eleitoral e a procura das pessoas pelas doses de reforço abaixo do ideal, em especial pela quarta aplicação do imunizante.
Para a médica e pesquisadora em Saúde do Trabalhador da Fundacentro e doutora pela Faculdade de Saúde Pública da USP, Maria Maeno, “de fato a variante BQ.1 está se disseminando rapidamente, o que exige que voltemos a deixar de participar de grandes aglomerações e a usar máscara em locais fechados. Já há vacinas que protegem melhor contra as variantes Ômicron, mas elas ainda não estão disponíveis no Brasil, e precisam ser adquiridas”.
Bancárias e bancários
Para o secretário de Saúde do Trabalhador da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mauro Salles, “no caso de bancárias e bancários, os cuidados devem ser redobrados, pois suas atividades são sempre em contato com muitas pessoas”. Mauro orienta, ainda, que “todos sigam os protocolos de saúde, conforme a orientação de especialistas, mesmo sem a obrigação legal que vigorou até alguns meses atrás, pois esse é o único caminho para proteger a si mesmo, a família e a sociedade como um todo”.
Cuidados
Conheça as orientações básicas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para se defender do coronavírus:
- Mantenha distância de outras pessoas de pelo menos 1 metro.
- Evite aglomerações.
- Use máscara, especialmente em locais fechados. Troque o equipamento sempre que ele ficar úmido. Não use máscara com válvulas.
- Prefira locais abertos e ventilados. Abra uma janela se estiver em local fechado.
- Limpe as mãos com frequência, com sabão e água ou álcool em gel.
- Mantenha-se em dia com a vacina. Até o momento, todos adultos devem ter tomado a quarta dose.
- Cubra o nariz e a boca com o braço dobrado ou um lenço ao tossir ou espirrar.
- Evite tocar superfícies de locais públicos. Limpe superfícies com frequência.
- Fique em casa se você sentir indisposição. Os sintomas mais comuns da covid são tosse seca, febre e cansaço.
- Procure atendimento médico se tiver febre, tosse e dificuldade para respirar. Se possível, ligue para a unidade de saúde e peça orientações antecipadas.
- Mantenha-se informado sobre a situação em sua localidade.
Acesse aqui a orientação completa da OMS para se proteger.
Fonte/Reprodução: Contraf-Cut