A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) se reunirá com o banco na próxima quinta-feira (14) para tratar de denúncias de assédio moral e cobrança excessiva de metas, que dificilmente serão atingidas, nas Centrais de Relacionamento do Banco do Brasil (CRBBs) em São Paulo, Curitiba, São José dos Pinhais (PR) e em outras localidades do país.
“Valorizamos muito o método de negociação. Por isso, antes de qualquer manifestação, queremos tratar sobre as denúncias de assédio que recebemos”, explicou o coordenador da CEBB, João Fukunaga. “Queremos saber se é um problema da gestão local, ou se é orientação do banco. Seja como for, é preciso cessar este tipo de atuação para evitarmos danos aos funcionários e à própria instituição”, completou o coordenador da CEBB, lembrando que a categoria bancária é uma das mais acometidas por doenças relacionadas ao trabalho, tanto por casos de transtornos mentais, quanto as Lesões por Esforços Repetitivos e os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/Dort).
Para o representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Santa Catarina (Fetrafi/SC) na CEBB, Luiz Toniolo, os funcionários das CRBBs estão submetidos a uma rotina de trabalho exigente e desgastante e sofrem cobrança excessiva de metas. “São metas que dificilmente serão atingidas e muito do que ocorre nos locais de trabalho é estratégia institucional”, disse. “Se esta estratégia está levando os trabalhadores ao adoecimento, algo tem que mudar”, completou.
Toniolo disse que não é a primeira vez que surgem reclamações. “Porém, neste volume de insatisfação não tinha percebido ainda!”, alertou.
O diretor sindical e funcionário BB, Alessandro Greco Garcia, o Vovô, disse que, além das metas abusivas, também existem problemas nas regras do Programa Extraordinário de Desempenho Gratificado (PDG), que mudam no meio do jogo e não são claras. “Também há falta de funcionários. Muitos aprovados no concurso ainda não foram convocados. Além disso, o baixo salário não seduz as pessoas a virem para São José dos Pinhais, mas também o tipo de serviço realizado, focado somente em vendas, desmotiva”, explicou.
“Já tivemos uma ouvidoria baseada em diversos relatos sobre problemas da administração local e que teve resultado procedente, mas as reclamações continuam as mesmas”, completou.
Na unidade da Central de Relacionamento de São Paulo os trabalhadores enfrentam a mesma situação. “Problemas como estes não podem continuar. Por isso, insistimos nesta tentativa de conversa com o banco para solucioná-los”, concluiu o coordenador da CEBB.
Fonte: Contraf-Cut