Para COE, resultado é pago com sobrecarga de trabalho e adoecimento dos funcionários
O ano de 2023 foi de lucros exorbitantes para o banco Itaú-Unibanco. Para Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, os resultados foram alcançados com sobrecarga de trabalho e adoecimento dos trabalhadores e das trabalhadoras.
De acordo com ele, a busca por eficiência e lucratividade não pode ser alcançada à custa da saúde e bem-estar dos funcionários. “O banco vem tendo lucros altos, com grande número de fechamento de agências e demissão de funcionários. Em contrapartida, vem crescendo os números de adoecimento nos locais de trabalho e doenças mentais dos trabalhadores”, ressaltou.
O Lucro Líquido Recorrente Gerencial do Itaú em 2023 alcançou R$ 35,618 bilhões, representando um aumento de 15,7% em relação ao ano anterior. Este crescimento é atribuído, em parte, ao crescimento da carteira de crédito, à maior margem com passivos e ao impacto positivo da reprecificação do capital de giro próprio.
Entretanto, por trás desses números, há uma realidade preocupante para os funcionários, o fechamento de 3.292 postos de trabalho em doze meses, 1.342 postos fechados apenas nos últimos três meses do período. Ao final de 2023, o Itaú Unibanco contava com 85.855 empregados no país.
De acordo com os destaques do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a redução se deve a “iniciativas de eficiência no Brasil, a adequação dos times nas áreas de atendimento e a redução de agências, reduzindo em 4,7% os colaboradores do Brasil (ex-tecnologia)”. Essa reestruturação também se reflete na redução do número de agências físicas, com o fechamento de 180 unidades no Brasil em doze meses.