O Coletivo Nacional de Segurança Bancária da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro se reuniu com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), nesta segunda-feira (20), para negociar a segurança nas chamadas “unidades de negócios”, que são agências bancárias sem atendimento de caixa.
“Todos os segmentos da sociedade estão preocupados com a segurança. Em prédios comerciais, por exemplo, as pessoas precisam se registar, tirar fotos e passar por catracas para entrar. Os bancos estão indo na contramão, retirando portas de segurança e vigilantes das agências alegando que precisam reduzir custos para ‘se manterem vivos’”, disse o coordenador do coletivo, Elias Jordão.
Unidades de negócio
Os bancos estão transformando agências bancárias nas chamadas “unidades de negócio”, sem atendimento de caixa, sem portas de segurança e sem vigilantes. “Eles alegam que não existem riscos por não haver circulação de numerário, mas existem caixas eletrônicos e existem denúncias de que funcionários manipulam valores e precisam atender demandas de clientes que vão até o local para efetuar saques e outras operações”, observou Elias. “Também recebemos muitos relatos de agressões de bancários por clientes e usuários que não se sentem adequadamente atendidos nestas ‘unidades de negócio’ e, sem vigilantes, se sentem à vontade para agredir os funcionários”, lamentou.
A Fenaban apresentou uma série de slides para justificar a mudança de perfil de agências. “Vamos analisar com cuidado as informações para apresentar nossa posição. Mas, é preciso que fique bem claro que, entre a manutenção da rentabilidade dos bancos e vida dos bancários, vamos sempre optar pelos trabalhadores. Muitos trabalhadores já perderam sua vida por causa da má-gestão que o governo Bolsonaro deu à pandemia. Não podemos correr o risco de mais trabalhadores perderem suas vidas”, disse o coordenador do Coletivo de Segurança Bancária. “Até porque, por mais que a Fenaban alegue que a concorrência está ganhando mercado e os bancos estão perdendo rentabilidade, eles continuam ganhando muito. E vidas valem muito mais do que lucro”, concluiu.
O Coletivo solicitou os dados apresentados pela Fenaban e vai analisá-los com cuidado. Somente depois desta análise outra reunião será marcada, provavelmente em março.