Em mais uma demonstração de alinhamento com as políticas do governo fascista de Jair Bolsonaro, o Santander tornou-se o primeiro banco no Brasil a demitir trabalhadores sem justa causa durante a pandemia de coronavírus. No início de agosto, o banco mandou embora ao menos 15 trabalhadores, descumprindo o compromisso público que havia assumido em interromper desligamentos durante a crise sanitária.
Em março, o Santander se comprometeu publicamente em mesa de negociação com o movimento sindical em suspender as demissões que poderiam estar em andamento e a não demitir enquanto a pandemia perdurar no país.
“Em 23 de março anunciamos nosso compromisso público de não demitir funcionários durante o período crítico da pandemia. Na semana anterior, já havíamos divulgado a decisão de antecipar todo o 13.º de nossos funcionários para pagamento em 30 de abril”, disse Vanessa Lobato, vice-presidente de Recursos Humanos do banco no Brasil, em declaração a imprensa.
“Infelizmente o que o Santander está fazendo é desumano, um desrespeito não apenas com os trabalhadores, mas com toda sociedade brasileira. Os bancários estão na linha de frente, colocando suas vidas e de seus familiares em risco para cumprir metas, correndo o risco de serem contaminados, como muitos já foram. Como se não bastasse, lidam diariamente com pressões e com o terror de perder o emprego durante a maior crise sanitária da nossa geração”, critica o dirigente sindical e funcionário do banco, Daniel Vitolo.
Além das demissões, o banco tem forçado o retorno ao trabalho presencial durante a pandemia, o que contraria as recomendações de especialistas em saúde e das autoridades sanitárias.
“Parece que o banco ignora a grave crise de pandemia que estamos vivendo, se comporta como se estivéssemos em uma situação de normalidade, o que claramente não tem a ver com a realidade que vemos. Nosso país já registrou mais de 117.665 mil mortos. Na Espanha, o Santander tem agido de forma totalmente diferente, o que nos deixa claro que por aqui a direção optou em se alinhar com Bolsonaro na tentativa de enfraquecer as quarentenas e de prejudicar os trabalhadores”, diz o dirigente sindical.
Tudo isso, com mais de R$ 1 trilhão liberado pelo Governo Federal aos bancos, o que desmente a justificativa do Santander em demitir por conta de ajuste econômico gerado pela crise.
“Se tem um segmento que, mesmo com a pandemia, está muito bem economicamente, este setor é o dos bancos. Eles receberam um pacote enorme de ajuda do Governo enquanto a maioria da população tenta sobreviver com R$ 600. Em contrapartida, o Santander demite trabalhadores que dificilmente conseguirão recolocação profissional durante a pandemia, agravando a crise social no país que mais gera lucro ao banco mundialmente”, finaliza.
Envie denúncias
O Sindicato pede que os bancários continuem enviando suas denúncias para que possamos tomar as medidas cabíveis para cada caso. Sindicato Rio Preto (17) 2137-6000