Seminário avalia desafios do ramo financeiro no Brasil e na Itália

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Regulamentação do setor financeiro de modo global é uma necessidade sentida pelo movimento sindical dos dois países

O Seminário Integração Sindical Brasil-Itália, realizado nesta terça-feira (15), no Rio de Janeiro, debateu mudanças, desafios e perspectivas do movimento sindical, em especial do ramo financeiro. O evento foi organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em parceria com a Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores no Ramo Financeiro do Estado do Rio de Janeiro (Federa-RJ).

Participaram do debate o vice-presidente da Contraf-CUT, Vinícius Assumpção, o presidente da Fisac/CGIL Firenze (Federação Italiana de Trabalhadores de Seguros e Cooperativas de Crédito, de Florença, filiada à CGIL, a Confederação Geral Italiana do Trabalho) e a presidente da Federa-RJ, Adriana Nalesso.

O dirigente sindical italiano contou que seu país enfrenta, no ramo financeiro, desafios parecidos com os do Brasil, como terceirização, fechamento das agências e a luta da categoria pela reconquista e garantia de benefícios.

Para Domenici, “o seminário foi uma ótima oportunidade para fortalecer relações internacionais, pois dentro do ramo financeiro os problemas são comuns nos vários países”. Ele mencionou como exemplos “a desertificação de agências bancárias, o avanço da tecnologia que gera desemprego e as mudanças do setor bancário”.

O vice-presidente da Contraf-CUT também avaliou que o encontro mostrou que “há muita coisa em comum no Brasil e na Itália, como o ataque aos direitos trabalhistas e a precarização das condições de trabalho”.

Vinícius ressaltou que “o intercâmbio foi fundamental, e agora tentaremos criar uma pauta única, com pontos de interesse de toda a classe trabalhadora, como a regulamentação do sistema financeiro, não apenas no Brasil, mas no mundo todo”.

O dirigente ressaltou que “o setor praticamente não apresenta nada de produtivo no sentido de gerar emprego e renda, pois o dinheiro fica apenas voltado para a especulação, e essa é uma questão que podemos tratar de forma unificada”.

Domenici, da mesma forma, defendeu a resistência do movimento sindical à “especulação financeira, que tem aumentado a desigualdade econômica no mundo, causando fome e pobreza”. Para o italiano, é necessário “atuar para acabar com as apostas do jogo financeiro, e essa é uma batalha enorme que somente a união da classe trabalhadora pode ganhar”.

Adriana Nalesso pontuou que a inovação tecnológica deve ser entendida em toda sua dimensão, pois interfere de modo substancial no trabalho do ramo financeiro. A presidenta da Federa-RJ também manifestou preocupação com os dados que indicam um decrescente número de sindicalização no setor. “No ramo financeiro, por exemplo, de 1,6 milhões de trabalhadores, apenas 19% são sindicalizados”, ressaltou.

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