Mulheres tomam as ruas neste 8 de março: “Construindo o Futuro com Igualdade”

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Em alusão ao Dia Internacional da Mulher, as bancárias se unem a diversos movimentos sociais trabalhistas para protestos no país inteiro, neste sábado, 8 de março, com o mote “Construindo o Futuro com Igualdade”. Confira os locais de concentração no final desta matéria.

“Com o mote deste ano, queremos chamar a atenção tanto para a trajetória das que nos precederam quanto para o futuro que precisamos construir hoje afim de alcançar a igualdade de gênero. A luta que produzimos até hoje é importante porque fez com que conquistássemos direitos e avanços sociais. Basta lembrarmos que não faz muito tempo, na história, que as mulheres não podiam votar, estudar e nem escolher com quem casar”, explica Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional das Trabalhadoras e dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

“Mas, olhando para hoje, temos muito a avançar, como a alcançar igualdade salarial ( mulheres ainda ganham, em média, 20% menos que os homens), igualdade de oportunidade e ascensão no mercado de trabalho e melhor cargos políticos, além do fim da violência de gênero, porque os índices de feminicídios no Brasil seguem vergonhosos”, completa a dirigente.

As bandeiras de luta nortearão a participação dos atos da trabalhadoras neste ano são:

• Redução da Jornada de Trabalho Sem Redução de Salário
• Salário Igual para trabalho Igual
• Ratificação da Convenção 190 da OIT
• Liberdade, igualdade e autonomia das mulheres
• Em defesa da democracia, sem anistia para golpistas
• Combate ao racismo e toda forma de discriminação às mulheres
• Em defesa do trabalho decente e emprego com garantia dos direitos e conquistas
• Ampliação da Licença-Maternidade para 6 meses
• Justiça Climática e Reprodutiva
• Política de Cuidado
• Saúde da Mulher
• Fim das privatizações e terceirizações
• Inclusão e Políticas às Mães Atípicas

Papel das bancárias nos avanços

“Nós temos muito o que comemorar neste Dia Internacional da Mulher”. Essa é a afirmação de uma das figuras mais emblemáticas da luta por direitos dentro dos bancos, Ana Elizabete Mota, a primeira concursada a tomar posse na Agência Centro do Banco do Brasil (BB), em Natal, no Rio Grande do Norte, na década de 70.

O 8 de março foi o dia estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1975, para celebrar os direitos básicos conquistados pelas mulheres. A data tem origem nas manifestações operárias, como os protestos de trabalhadoras têxteis nos Estados Unidos, em 1857, e a greve das operárias russas em 1917, que marcou o início da Revolução Russa.

Contudo, no Brasil, foi em grande parte a organização das trabalhadoras bancárias que marcou a história com uma série de avanços trabalhistas e sociais para tornar o 8 de março não só uma data de reivindicações dessa luta contínua, mas de contemplação e defesa dessas conquistas. Mota, que hoje pede comemoração, também clama pela proteção de tantos direitos já conquistados.

“Viver duas gerações: o ‘bancão’ e banco comercial, que é hoje o Banco do Brasil, viver a ditadura, viver a democracia, viver o sindicalismo pelego e viver o sindicalismo combativo, viver a democratização e a autocracia das entidades assistenciais e outras é algo absolutamente fantástico. Nós temos muito o que comemorar nesse Dia das Mulheres porque nós bancárias somos também protagonistas (…) Mas, hoje, nós corremos outro risco que é de regressão, mas as conquistas foram e são muito importantes”, declarou Ana Elizabete, atualmente Doutora em Assistência Social e que também foi a primeira mulher eleita da Previ, a caixa de previdência dos Funcionários do BB.

“Ao longo desses 20 anos, conquistamos importantes vitórias às mulheres na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e que hoje são referência para outras categoriais”, completa Fernanda Lopes, secretária da Mulher da Contraf-CUT. “Atualmente, 90% das cláusulas da CCT dos bancários são superiores à lei, ou seja, inovações. Isso faz com que o acordo dos bancários continue sendo referência para as demais categorias”, pontua.

Entre as principais conquistas das bancárias na CCT, voltadas às mulheres, estão:

• 2000: inclusão do tema igualdade de oportunidade nas mesas de negociação
• 2009: licença-maternidade de 180 dias e extensão de direitos aos casais homoafetivos
• 2010: inclusão da cláusula que criou o programa de combate ao assédio moral
• 2016: licença-paternidade de 20 dias
• 2020: programa de prevenção à violência doméstica e familiar contra bancárias, incluindo a criação de canais de acolhimento, orientação e auxílio às mulheres em situação de violência doméstica e familiar
• 2022: cláusula que criou o programa de combate ao assédio sexual
• 2024: conquista cláusula que garante mais de 3 mil bolsas de estudo para mulheres na TI; e criação da “Negociação Nacional sobre Assédio Moral, Sexual e Outras Formas de Violência no Trabalho Bancário” e que resultou em novas cláusulas na CCT para enfrentar os temas.

Para Fernanda Lopes, relatos como o de Mota são necessários para inspirar e nortear as novas trabalhadoras bancárias na luta. “Algumas vezes temos dificuldade em entender que todas as nossas conquistas são tão recentes e também tão fáceis de serem retiradas. É preciso materializar essas histórias e as conquistas da categoria bancária para entender como essa luta impacta não só na vida das bancárias mas também de mulheres de tantos outros setores”.

Confira matérias e vídeo sobre o mês de março

https://www.instagram.com/reel/DG6XrGQPBKe/?igsh=dHA1dWJvcm4yMDQ=

https://contrafcut.com.br/noticias/mulheres-tomam-as-ruas-neste-8-de-marco-construindo-o-futuro-com-igualdade/

https://www.instagram.com/reel/DGqFsV1vx0x/?igsh=bGcydnFwN3JxMjkw

https://www.instagram.com/reel/DGx0E19s_Uc/?igsh=MTNxa240NjBnaGQ5ZA==

Violência NÃO!

Além das questões trabalhistas, outro ponto de destaque na luta das bancárias é a atuação contra violência doméstica e familiar, além do combate ao assédio moral e sexual.

Em 2019, a partir da reflexão sobre as falhas na aplicação do importante instrumento que é a Lei Maria da Penha, a categoria criou o projeto “Basta! Não irão nos calar!”, que oferece atendimento jurídico humanizado, com a preparação das equipes para que, a partir da perspectiva de gênero, sejam oferecidos caminhos jurídicos aplicáveis a cada caso, sem reprodução de estereótipos de gênero, sem culpabilizar ou revitimizar a mulher em situação de violência doméstica.

Atualmente, o Basta é realizado por 14 sindicatos espalhados nas cinco regiões do país, que representam trabalhadoras de 532 cidades, e segue em constante ampliação.

Já o Programa Nacional de Prevenção à Violência contra as Mulheres, lançado em abril de 2023 pelos bancos, por exigência das trabalhadoras, também foi um marco histórico nesta luta da categoria bancária.

A inclusão de um capítulo inteiro, na última renovação da CCT, em 2024, chamada “Combate ao Assédio Moral, Sexual e Outras Formas de Violência no Trabalho Bancário”, foi mais um passo nesta jornada de luta das mulheres bancárias.

Mais mulheres na TI

Fernanda Lopes destaca ainda outro avanço recente comemorado pelas bancárias neste 8 de março, que é a criação de bolsas de estudo para mulheres se profissionalizarem nas áreas de Tecnologia da Informação.

“Nesta segunda-feira, 10, vamos divulgar oficialmente os links para as inscrições. São cursos gratuitos e que as candidatas não precisam ter conhecimento prévio de TI para iniciar. Serão ao todo 3.100 bolsas, pagas pelos bancos, em duas escolas especializadas na formação de mulheres, com o foco em mulheres negras, LGBTQIA+, mães e responsáveis e mulheres trans e travestis”, conclui a dirigente sindical.

Locais de concentrações pelo país

Alagoas
Maceió – Avenida Amélia Rosa, Jutiúca – 9h
Maceió – Maceió Shopping – 9h

Amazonas
Manaus – Praça Relógio – 15h
Parintins – Praça Catedral N. Sra. Do Carmo – 7h30

Bahia

Salvador – Concentração às 14h, no Cristo da Barra.

Ceará

Fortaleza – Praça da Bandeira – 8h
Pedra Branca – Praça da Matriz – 8h

Distrito Federal

Distrito Federal – Concentração a partir das 13h, na torre de TV. Em seguida, às 15h, a militância seguirá em marcha até a Rodoviária do Plano Piloto
Taguatinga – Adm. do Taguá Parque – 8h30

Espírito Santo
Vitória – Praça Costa Pereira – 9h

Goiás

Goiânia – Praça Botafogo, 9 horas – Setor Central

Minas Gerais

Belo Horizonte – Praça Afonso Arinos, às 8h
Alvinópolis – Museu e Selateca – 19h

Maranhão

São Luís – Praça Deodoro – 9h

Mato Grosso
Cuiabá – Praça Alencastro – 8h
Sinop – Praça da Bíblia – 15h30

Mato Grosso do Sul
Campo Grande – Esplanada Ferroviária – 15h

Paraíba
João Pessoa – Concentração na Praça Dom Adauto às 9h
Campina Grande – Praça dos Três Pandeiros – 13h

Paraná
Curitiba – Boca Maldita às 10h
Maringá – Praça Raposo Tavares às 9h
Londrina – Calçadão às 10h
Foz do Iguaçu – concentração no Bosque Guarani (atrás do terminal de ônibus), às 9h

Pernambuco
Recife – Lago da Paz – 9h
Olinda – Concentração às 15h, no Varadouro

Piauí

Teresina –  Ato unificado na Praça Rio Branco a partir das 8h

Pará

Belém – Estação das Docas – 8h
Ananindeua – Casa da Mulher Brasileira, Vila Maguary – 18h
Castanhal – Estação Praça da Estrela – 18h

Rio de Janeiro

Concentração na Candelária às 16h, o ato seguirá até a Cinelândia
Cabo Frio – Praça Porto Rocha – 16h
Duque de Caxias – Praça da Mantiquira, Xerém – 9h
Niterói – Terminal das Barcas – 8h
Volta Redonda – Avenida Paulo de Frontin – 9h

Rio Grande do Norte
Natal – Ato unificado com concentração no Caju da Redinha/ Caminhada até o Mercado da Redinha com Programação Cultural, às 9h
Parnamirim – Caminhódromo – 14h

Rio Grande do Sul
Porto Alegre – Ato unificado a partir das 9h no Largo Glênio Peres e contará com forte protagonismo da CUT-RS
Lajeado – Praça do Dick – 16h
Novo Hamburgo – Praça dos Imigrantes – 14h
Passo Fundo – Praça das Cuias – 16h

Roraima
Boa Vista – Praça Germano Sampaio às 7h

São Paulo
São Paulo – ato unificado será realizado na Avenida Paulista, às 13h, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (MASP)
ABC Paulista
Santo André –  Sede Sintetra – Rua Santo André, 435 – 9h
Campinas
Largo do Rosário – às 9h
Sorocaba
Praça Frei Baraúna (Fórum velho) às 9h

Santa Catarina
Florianópolis – das 10h às 13h, no Largo da Alfândega
Blumenau – Parque Ramiro, às 16h
Chapecó – Praça Coronel Bertaso às 9h
Jaraguá do Sul – Diálogos e Panfletagens das 8h às 13h30, no Terminal Urbano, Praça Meia Lua, Praça Ângelo Piazera e outras áreas centrais
Das 13h30 às 18h, no CEU (Escola Jardim, Lenzi, Centro de Convivência e Cultura, CEU Manequinha
Joinville – Atividade das 14h às 19h, na Praça da Estação/Praça Monte Castelo
Criciúma – Carreata por Forquilhinha/Criciúma e Içara – 9h
Itajaí – Praça do Museu Histórico – 10h

Sergipe
Aracaju – Concentração na Praça Fausto Cardoso – 8h

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