Sindicatos repudiam PL que fixa horário especial de funcionamento da Caixa durante a pandemia

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Milhões de brasileiros vivem o descaso do governo federal frente à maior crise global vivida nos últimos tempos. Este cenário fica ainda mais claro ao observarmos as filas e aglomerações em frente a algumas agências da Caixa. Para piorar, o deputado federal Diego Andrade (PSD-MG) apresentou, nesta semana, o Projeto de Lei que fixa horário especial de funcionamento da Caixa durante a pandemia.

Pelo texto do PL 2489/20 em análise na Câmara dos Deputados, a Caixa fixa o horário de atendimento, das 6h às 22h durante a pandemia. “A medida sobrecarrega os empregados da Caixa. A pauta do movimento sindical segue ao contrário deste PL, ou seja, caso o horário de atendimento seja ampliado, deve haver a contratação de dois turnos. Por isso, nós, como representantes dos trabalhadores, repudiamos um projeto que coloca em risco ainda mais a saúde dos trabalhadores neste momento tão crítico. As filas são consequência da falta de organização e de planejamento do governo federal”, explicou o secretário de Finanças da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sérgio Takemoto.

Para os representantes dos empregados da Caixa, o governo desconhece o seu próprio povo. “Desde o início, o movimento sindical e a Fenae vêm solicitando que o governo fizesse a descentralização destes pagamentos, pois já prevíamos um acúmulo grande de pessoas em busca deste auxílio. O país é extremamente carente e desigual e parece que o governo não conhece a realidade do seu povo, que previa o pagamento para 45 milhões de pessoas, o que já ultrapassou a casa de 50 milhões de pessoas e temos mais 20 milhões esperando receber”, disse Takemoto.

Segundo Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT, o autor deste projeto quer apenas cinco minutos de fama. “O ideal seria que o governo investisse no maior banco público do país e adotasse medidas de descentralização do pagamento para todos os bancos. Se depender desse governo, o caos nas filas irá continuar, as mortes pela pandemia e os casos de contaminação vão continuar se multiplicando, sem que haja um plano nacional de emergência para sair desta grave crise”, ressaltou.

O movimento sindical já cobrou dos bancos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), protetores acrílicos nas agências para diminuir os índices de contaminação, entre outras coisas. No início da semana, os governos municipais e estaduais começaram a atender as orientações dos representantes dos empregados da Caixa com resultados positivos. Um exemplo disso é a cidade de Olímpia/SP, onde o prefeito atendeu as solicitações do sindicato e dos empregados instalando tentas, cadeiras e realizando mudanças no trânsito na região da agência. Para Hilário Ruiz, vice-presidente regional do Sindicato de Rio Preto e Região e intermediador das ações junto a prefeitura de Olímpia, “as ações realizadas na cidade apresentaram uma melhora na organização dos atendimento e certamente contribuiu para redução do risco de contaminação”.

Caixa – Olímpia-SP

“A jornada de trabalho da categoria deve ser cumprida de segunda a sexta-feira. Sobre o trabalho aos sábados, domingos e feriados, deve ser negociado previamente com a entidade de representação sindical. O que está havendo é que o governo não tem capacidade (ou não quer) resolver o problema e está jogando tudo nas costas dos empregados da Caixa, o que é um absurdo!”, disse Juvandia.

“A própria Caixa reconheceu que não houve uma procura para estender o atendimento. Os empregados estão exaustos física e mentalmente e precisam e merecem descansar nos finais de semana. Inclusive já solicitamos que não houvesse mais os trabalhos aos sábados”, finalizou Sérgio.

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